Novo enxerto ósseo sintético recruta células-tronco para promover cicatrização

Novo enxerto ósseo sintético recruta células-tronco para promover cicatrização

Notícias - 04/03/2011

 

 

Cientistas ingleses desenvolveram um novo material para enxertos ósseos que poderia, um dia, substituir o implante padrão de osso natural.

 

Um novo estudo mostra como as partículas de fosfato chamadas de cálcio cerâmico têm a capacidade de estimular o crescimento do osso, atraindo as células-tronco e "fatores de crescimento" para promoverem a cicatrização e a integração do tecido enxertado.

"A taxa de reparação óssea que nós vemos com estes materiais supera os enxertos tradicionais que utiliza o osso do próprio paciente", disse o professor Joost de Bruijn, da Queen Mary University of London, na Inglaterra. "E o que o diferencia de outros enxertos sintéticos é sua capacidade de atrair as células-tronco e os fatores de crescimento naturais do corpo, que coincidem para formar um osso novo e mais forte."

 

Os investigadores compararam o enxerto ósseo natural com as partículas de cerâmica, estas com variadas propriedades estruturais e químicas. Eles descobriram que as micro-partículas porosas de cerâmica, compostas de fosfato de cálcio, o principal componente de cinza de ossos, induziram as células-tronco a se transformarem em células ósseas no tubo de ensaio e estimularam o crescimento ósseo no tecido vivo de ratos, cães e ovelhas.

" As lesões ósseas embaladas com as partículas de cerâmica se curaram de forma semelhante aos implantes construídos, a partir de ossos dos próprios animais" , relatou Bruijn, juntamente com colaboradores da Universidade de Twente, na Holanda.

 

Apesar de os pesquisadores ainda não terem identificado o mecanismo que impulsiona o crescimento ósseo nos implantes sintéticos, eles observam que as variações na química do material cerâmico, na porosidade, na micro-estrutura e na degradação influenciam o desempenho do enxerto.

A pesquisa sugere que os enxertos ósseos baseados em biomateriais podem manipular o comportamento das células, a fim de reparar o prejuízo e, um dia, poderão ser usados para a reparação de lesões ósseas em humanos.