Nova técnica para diagnóstico de câncer
Notícias - 09/06/2011
A Clínica de Dermatologia do Hospital das Clínicas e a Faculdade deOdontologia, ambas ligadas à USP, começaram a usar um novo procedimento para o diagnóstico precoce do câncer labial e do câncer de pele. Inédito na América do SUL, o exame é feito com um microscópio confocal, o único existente no Brasil. O equipamento permite estudar as alterações celulares das camadas superficiais da pele e da mucosa oral "viva" de forma criteriosa e não invasiva, explica o dermatologista Marcelo Mente, chefe do ambulatório de estomatologia do HC. Câncer labial Cerca de 50 pacientes em tratamento na Clínica de Dermatologia com suspeita de câncer labial serão os primeiros a serem beneficiados com o novo exame. O câncer labial representa cerca de 15 % de todas as neoplasias da cabeça e pescoço, segundo informações do INCA. Na maioria dos casos, o diagnóstico é feito tardiamente, quando a lesão já atingiu um estado avançado. Um dos fatores que mais provoca o surgimento desse tipo de tumor é a contínua exposição ao sol, sem nenhum tipo de proteção. Biópsia A tecnologia é semelhante a um aparelho de ultrassom. Em contato com a mucosa oral, o aparelho emite um laser, não lesivo, escaneia a área com suspeita de lesão e encaminha as imagens, em preto e branco, para o computador. A ampliação das imagens possibilita examinar as alterações celulares e indicar outros exames complementares, como a biópsia, quando preciso. A biópsia é o exame mais utilizado para o diagnóstico do câncer da mucosa oral e da pele. Segundo Marcelo Mente, a inovação não substituirá a biópsia, mas permitirá a avaliação de mais áreas lesadas, sem a necessidade de cortes ou anestesias. "O método poderá ser útil no processo de retirada do tecido, por captar as alterações celulares das camadas superficiais da pele e da mucosa com precisão". Desenvolvido nos EUA, o equipamento é utilizado em países da Europa e EUA apenas para pesquisa, em várias instituições. Na Dermatologia do Hospital das Clínicas, nesta primeira fase, o equipamento também será uma ferramenta de estudo e pesquisa para avaliar o câncer labial, enfatiza a pesquisadora Sílvia Lourenço, da Odontologia da USP.