Nova técnica coloca implante dentário sem corte na boca

Nova técnica coloca implante dentário sem corte na boca

Notícias - 04/03/2011

 

Além de ser menos invasiva, a cirurgia guiada possibilita a fixação do implante e a colocação do novo dente (prótese) no mesmo dia. Mas ela não é indicada para todos os pacientes. Quem tem perda óssea, por exemplo, precisa passar antes por um enxerto de osso.

Na cirurgia guiada, o paciente faz uma tomografia computadorizada, e o dentista transfere os dados para o computador. Um software lê os dados e reproduz, em três dimensões, todo o crânio da pessoa.

Na tela, o dentista analisa a formação dos ossos da mandíbula e da maxila e escolhe os locais ideais onde serão fixados os implantes. O procedimento tem um custo adicional de R$ 200 a R$ 800 ao valor pago pelo implante -cada dente custa de R$ 900 a R$ 1.500.

"O planejamento prévio diminui as chances de erro e evita que o cirurgião corte toda a extensão da gengiva do paciente para examinar o osso e escolher os locais para a perfuração e a colocação do implante", diz o cirurgião-dentista Rodolfo Candia Alba Júnior, diretor da Associação Brasileira da Indústria Médico-Odontológica.

O fato de a cirurgia não envolver cortes também deixa o paciente menos exposto a infecções e não há necessidade do uso de antibióticos -indicados nas cirurgias convencionais.

Outra vantagem do procedimento, segundo o cirurgião-dentista Luiz Antonio Mazzucchelli Cosmo, especialista em implantologia, é que, sabendo previamente onde estarão os implantes, a prótese pode ser confeccionada antes e instalada no mesmo dia.

Para a cirurgiã-dentista Nerli Juliano, a técnica é promissora mas tem indicação apenas para os pacientes sem perda óssea. "Se tem osso, já é possível fazer hoje uma cirurgia minimamente invasiva", avalia ela.

Porém, esse perfil de paciente ainda é minoria nos consultórios dentários do Brasil, que tem uma população de 30 milhões de desdentados. A estimativa dos dentistas é que sete a cada dez pacientes que desejam um implante dentário vão precisar antes de um enxerto para compensar a perda óssea.

Tanto Juliano como Cosmo dizem que a maioria dos pacientes já perdeu vários dentes há muito tempo, situação que leva a uma reabsorção óssea, ou seja, o osso que estava ao redor da raiz do dente vai se perdendo gradativamente.

Nesses casos, é necessário repor o osso perdido, por meio de cirurgias para a colocação do enxerto ósseo -que pode ser feito tanto com osso do próprio paciente (retirado da mandíbula ou da bacia, por exemplo) como de banco de osso humano.

Os enxertos podem acontecer antes ou na mesma sessão da colocação do implante. É preciso esperar de quatro a seis meses -tempo para que o implante esteja osteointegrado- para a colocação da prótese.

Segundo Alba Júnior, quando o paciente não quer o enxerto ósseo, é possível optar pelo implante fixado no osso zigomático (osso da maçã do rosto).