Inibição de proteína pode levar a nova terapia contra câncer de cabeça e pescoço

Inibição de proteína pode levar a nova terapia contra câncer de cabeça e pescoço

Notícias - 07/04/2011

A inibição de uma proteína específica do câncer de boca pode levar a novos tratamentos para pacientes que sofrem de câncer de cabeça e pescoço. A descoberta é de pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Resultados de testes em laboratório mostram que quando a expressão da proteína SIRT3, ou Sirtuin-3, é inibida em células de câncer de boca a proliferação das mesmas é interrompida e elas morrem.

Além disso, quando os pesquisadores suprimiram a proteína nas células cancerosas e combinaram isso com o tratamento com radioterapia ou quimioterapia, o efeito sobre as células cancerosas foi ainda maior.

Os ratos que foram injetados com o inibidor de câncer de boca apresentaram redução de 75% nos tumores comparados aos ratos normais injetados com células de câncer de boca normal.

A equipe de pesquisa começou então a olhar para o grupo Sirtuin de proteínas, já que alguns estudos sugerem que elas são reguladoras-chave da integridade e da sobrevivência celular.

"Nós pensamos que talvez as células do câncer, porque são muito espertas, também pudessem usar a capacidade dessas proteínas para aumentar a sua própria sobrevivência", afirmou a líder do estudo, Yvonne Kapila. "Com o câncer bucal, muitas vezes, o problema é a dificuldade de detecção precoce, assim, quando diagnosticado numa fase tardia, o câncer se torna muito agressivo. Se alguém puder encontrar uma maneira de desenvolver tratamentos adaptados a essas situações agressivas, obviamente, você tem uma chance muito maior de sobrevivência."

Ela acrescentou que as taxas de sobrevivência de câncer bucal não mudaram nas últimas décadas, por isso há um grande desejo da comunidade científica para encontrar tratamentos mais eficazes.

Algumas pesquisas mostraram que as proteínas SIRT1 e SIRT3 podem suprimir, ao invés de apoiar, o crescimento do tumor, por isso é importante lembrar que cada caso é diferente.

"Se as pessoas acham que no câncer de mama elas são supressoras e tratamos pacientes com uma supressão adicional de SIRT3, podemos fazer mais mal do que bem", afirmou Kapila.

A pesquisadora salientou que os resultados são muito preliminares. "Estamos longe de ter qualquer tipo de tratamento neste momento", afirmou.

O próximo passo dos pesquisadores será olhar para SIRT3 em animais maiores e, em seguida, proceder a testes com humanos.