Perdas ósseas são sempre um desafio para o cirurgião-dentista especializado em implantes. Há dez anos, os enxertos ósseos eram a opção mais usada pelos cirurgiões-dentistas para colocar um implante dentário em pessoas, cujos ossos dos maxilares não apresentavam pelo menos 10 milímetros de altura. O paciente tinha um pedaço de osso retirado da boca, do crânio ou da bacia, que era enxertado para aumentar a altura do maxilar.
Às vezes, a matéria prima vinha de bancos de ossos. Nos últimos anos, os implantes curtos (adaptáveis a ossos com altura mínima de 6 mm) estão se disseminando no País, em razão de estudos clínicos e científicos que comprovam a segurança e eficiências desses dispositivos.
Na conferência “Implantes curtos: soluções simples para cirurgias complexas com segurança e previsibilidade”, o cirurgião-dentista Alexandre Turci, especialista em Implantologia e pós-graduado em Boston, nos Estados Unidos, falou sobre esses dispositivos no Congresso Internacional de Odontologia do Centenário, promovido pela APCD – Associação Paulista dos Cirurgiões-Dentistas, no Expo Center Norte.
Implantes curtos
No Exterior, os implantes curtos – com menos de 8 mm de comprimento – são usados há mais de 10 anos. No Brasil, eles eram vistos com certas ressalvas, porque se acreditava que eles estavam mais sujeitos a rejeição. Os estudos clínicos realizados nos últimos anos com centenas de pacientes colocaram fim a esse questionamento e os implantes curtos passaram a ser usados para agilizar o processo do implante em pessoas com perdas ósseas.
No Brasil, os profissionais contam com modelos nacionais e importados, que usam diferentes tecnologias. Entre os importadas estão os fabricadas pelas indústrias Bicon (Estados Unidos) e Straumann (Suíça). Alexandre Turci explica que o implante da Bicon possui uma estrutura que, em lugar das espiras (roscas) do parafuso do implantes tradicional, é dotada de platôs (barbatanas). Esses platôs propiciam maior contato com o osso, agindo de forma semelhante a uma sapata – peça bem larga feita geralmente de concreto, que fica na parte inferior do alicerce (sob o pilar) e suporta o peso de uma construção.