Implantes dentários curtos são alternativa à enxertos ósseos

Implantes dentários curtos são alternativa à enxertos ósseos

Notícias - 11/04/2011

Perdas ósseas são sempre um desafio para o cirurgião-dentista especializado em implantes. Há dez anos, os enxertos ósseos eram a opção mais usada pelos cirurgiões-dentistas para colocar um implante dentário em pessoas, cujos ossos dos maxilares não apresentavam pelo menos 10 milímetros de altura. O paciente tinha um pedaço de osso retirado da boca, do crânio ou da bacia, que era enxertado para aumentar a altura do maxilar. 

Às vezes, a matéria prima vinha de bancos de ossos. Nos últimos anos, os implantes curtos (adaptáveis a ossos com altura mínima de 6 mm) estão se disseminando no País, em razão de estudos clínicos e científicos que comprovam a segurança e eficiências desses dispositivos.

Na conferência “Implantes curtos: soluções simples para cirurgias complexas com segurança e previsibilidade”, o cirurgião-dentista Alexandre Turci, especialista em Implantologia e pós-graduado em Boston, nos Estados Unidos, falou sobre esses dispositivos no Congresso Internacional de Odontologia do Centenário, promovido pela APCD – Associação Paulista dos Cirurgiões-Dentistas, no Expo Center Norte.

Implantes curtos

No Exterior, os implantes curtos – com menos de 8 mm de comprimento – são usados há mais de 10 anos. No Brasil, eles eram vistos com certas ressalvas, porque se acreditava que eles estavam mais sujeitos a rejeição. Os estudos clínicos realizados nos últimos anos com centenas de pacientes colocaram fim a esse questionamento e os implantes curtos passaram a ser usados para agilizar o processo do implante em pessoas com perdas ósseas.

No Brasil, os profissionais contam com modelos nacionais e importados, que usam diferentes tecnologias. Entre os importadas estão os fabricadas pelas indústrias Bicon (Estados Unidos) e Straumann (Suíça). Alexandre Turci explica que o implante da Bicon possui uma estrutura que, em lugar das espiras (roscas) do parafuso do implantes tradicional, é dotada de platôs (barbatanas). Esses platôs propiciam maior contato com o osso, agindo de forma semelhante a uma sapata – peça bem larga feita geralmente de concreto, que fica na parte inferior do alicerce (sob o pilar) e suporta o peso de uma construção.

As empresas nacionais também oferecem modelos de implantes curtos, como a Neodent e a SIN – Sistema Nacional de Implantes. Embora trabalhe com diferentes sistemas de implantes, o cirurgião-dentista Ângelo Menuci Neto, mestre em Implantologia pela Universidade do Sagrado Coração (Bauru), destaca o implante WS – Wide and Short – da Neodent, que tem como diferencial o fato de o encaixe da prótese ser feita com um sistema tipo cone morse.

“Imagine dois copos de água, um dentro do outro. É difícil separá-los, porque são duas superfícies cônicas em atrito”, explica Menuci Neto, que também é especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela PUC-RS (Rio Grande do Sul), além de ministrador de palestras sobre o tema em todo país. Esse tipo de parafuso – que também é usado nos carros de fórmula 1 – confere mais estabilidade ao implante.

Já o cirurgião-dentista Carlos de Moura Rosa, mestrando em Periodontia da Faculdade São Leopoldo Mandic, ressalta os diferenciais do implante Revolution Compact da SIN – Sistema Nacional de Implantes. “O tratamento da superfície aprimorado acelera o processo de integração do osso com o implante. As espiras e a ponta auto-roscante são especialmente projetadas para áreas específicas de pouco osso”, afirma.

Outro diferencial deste modelo é a plataforma switching. Esta plataforma do implante é maior que o componente protético (peça intermediária entre o implante e o dente artificial). “Ela melhora a qualidade da gengiva, propiciando melhor vedamento do implante em relação ao osso, o que elimina ou reduz a perda óssea ao redor do implante”, diz.