Sem queixo ou queixo demais? Cirurgia reposiciona maxilar.
Artigos - 03/05/2019Para algumas pessoas, o sorriso perfeito deixou de ser a única preocupação estética. O tamanho e proporção do queixo passaram a ser um incomodo. A boa notícia é que a partir da cirurgia ortognática pode-se corrigir incômodos estéticos, além de problemas de maxilar e mandíbula.
João Roberto Gonçalves, professor da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP, e Nathália Moraes, especialista em periodontia, tiram todas as dúvidas sobre o tema, desde a indicação da cirurgia ortognática até a recuperação.
O que é a cirurgia ortognática?
É a cirurgia feita para corrigir a posição inadequada dos maxilares através de osteotomias (cortes programados nos ossos) e reposicionamentos que são fixados com mini placas e mini parafusos de titânio. Esse tratamento é realizado por uma equipe multidisciplinar, como o cirurgião buco-maxilo-facial e o ortodontista.
Ela é indicada para quais casos?
Existem três principais indicações: Quando o maxilar inferior está excessivamente para frente ou para trás do maxilar superior, quando um dos maxilares tiveram crescimento vertical excessivo (respiração bucal, sorriso com exposição excessiva de gengiva e dificuldade para fechar os lábios)
ou assimetrias faciais e apneias obstrutivas do sono/roncopatias.
Ela é apenas estética? Serve para queixo e gengiva?
A cirurgia ortognática tem resultado estético bastante aparente, mas sua principal indicação é funcional, como nos casos de apneias obstrutivas/roncopatias e dificuldade de respiração nasal.
Em casos de excesso de gengiva, com uma cirurgia mais simples realizada no consultório pode trazer resultados satisfatórios na correção do sorrido.
Em todos os casos, o melhor é sempre procurar o cirurgião-dentista para indicação do tratamento correto.
É preciso usar aparelho antes da cirurgia?
Sim, iniciando com aparelho fixo para preparo da posição dos dentes, por cerca de 1 ano. O aparelho é responsável pelo alinhamento e nivelamento dos dentes e, consequentemente, para um melhor encaixe da oclusão. O paciente é operado com o aparelho na boca, que é removido de 6 a 12 meses após a cirurgia.
É possível ver o resultado virtualmente antes de se submeter à cirurgia?
Existem vários programas de imagem que possibilitam a visualização do resultado, com certas limitações.
Entretanto, o procedimento cirúrgico visa realinhar e corrigir malformações, a fim de melhorar a função do sistema mastigatório, podendo alterar estética facial do paciente.
Que tipo de anestesia é usada?
É um procedimento cirúrgico realizado com anestesia geral e tem a duração de algumas horas. Geralmente, o paciente é admitido na internação no dia da cirurgia e recebe alta 1 a 2 dias após o procedimento.
Como é a recuperação?
A recuperação é lenta, necessitando de 2 a 3 semanas de afastamento das atividades rotineiras. O inchaço inicial pode ser acentuado e é recomendado fisioterapia ou fonoaudiologia por alguns meses para a normalização.
Atualmente após a cirurgia, os pacientes não apresentam dor acentuada, podendo falar, tomar alimentação líquida, abrir e fechar a boca. Recomendamos repouso, alimentação líquida e pastosa pelo menos nos primeiros 20 dias. Por volta dos 45 dias, o paciente poderá voltar com a alimentação normal.
Quanto tempo demora para ver o resultado final?
Já é possível notar mudanças de forma imediata, mas o resultado final só é visualizado de 3 a 6 meses após a cirurgia.
Fonte: Terra